R – Lidou com Eusébio e Coluna. Há histórias para contar?
TEK – Foi sempre a rir com um e com o outro. Vou contar uma história que nunca contei. Jogámos uma vez contra o Lokomotiv em Moscovo, para a Taça das Taças, e ganhámos 3-2. No fim do jogo, o senhor Eusébio veio ter comigo, depois de eu ter feito um grande jogo, e disse-me: "Tahar, dá-me a tua camisola, e fica a saber que nunca fiz isto a ninguém no Benfica. Vais assinar a tua camisola e dás-me". Fiquei sem palavras. Um futebolista histórico ter-me pedido a camisola é algo inesquecível. Chorei muito quando ele faleceu, porque tenho muitas memórias com ele na minha casa. Deu muito a Portugal. E não esqueçamos o senhor Coluna.
R – O que pode o Benfica pode fazer para compensar essa mágoa de nunca ter ganho nada no clube?
TEK – Olhe, está aqui comigo num projecto que eu desenvolvi em África que penso que vai dar muitos frutos e alegrias aos jovens futebolistas, futebol e povo marroquinos. Marraquexe é uma porta da Europa para África e tem sempre jogos importantes, muitos eventos ligados ao desporto. Temos o Mundial de Clubes, vai ter o CAN’2017. É uma cidade de nível europeu e, como já disse algumas vezes, os clubes portugueses devem explorar esta região. O Real Madrid já está em Tânger, o Barcelona em Casablanca e espero que o Benfica, com quem já falei e espero uma resposta, queira fazer uma parceria com a minha academia.
