«Não ia deixar de haver um prato de sopa»
Quando Rui Vitória estava no P. Ferreira e depois no V. Guimarães, a mulher e as filhas continuaram a morar em Lisboa. Susana Barata, mulher do treinador do Benfica, fala agora desse período de "certa insegurança", dos "ordenados em atraso" no V. Guimarães e como em família superaram as dificuldades de estarem a tantos quilómetros de distância.
"Decidi que era melhor ficar [em Lisboa]. No primeiro ano começaram os ordenados em atraso. Quando já íamos para o segundo ano, a pergunta era: 'será melhor pôr licença?' Não. Eu sabia que, pelo menos, o meu ordenado ao final do mês era certo. Continuava a ser professora de educação física. O segundo ano foi um drama"
A mulher do treinador do Benfica recorda que brincava com o marido, dizendo-lhe que o "sustentava para ele cumprir e seguir os seus sonhos". "A bem da verdade, nós já tínhamos amealhado algum dinheiro. Somos pessoas muito responsáveis e regradas nesse aspecto. E claro, que aquilo que estávamos a fazer era compatível com aquilo que tínhamos. Portanto, estava a ser um sonho sustentado. Ninguém ia ficar mal. Não ia deixar de haver um prato de sopa. As nossas filhas não iam deixar de ir para a ginástica ou para a natação".