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«Com um braço defendes mais do que o Casillas»



Entrevistado esta quarta-feira pelo programa Seleção Sportv, do canal brasileiro Sportv, Júlio César aproveitou para recordar a convivência com José Mourinho e fez uma revelação curiosa, a propósito do dia em que o guarda-redes brasileiro, após ter sido escolhido como melhor guardião da Taça das Confederações de 2013.

Na altura, na hora de subir ao palco para receber o troféu, o ex-guardião do Benfica levou vestida a camisola de Casillas, "numa homenagem para o espanhol por tudo que fez". José Mourinho viu e... não gostou.

"Quando cheguei ao balneário, vejo uma mensagem do Mourinho no meu telemóvel, ele que estava com problemas com o Casillas no Real Madrid. (...) A mensagem era a seguinte: 'tu tás maluco. O gajo é que tem que vestir tua camisola e não tu a dele'. E disse-me ainda que eu com um braço defendia mais do que o Casillas"

"Ele [Casillas] foi ao balneário falar comigo e disse-lhe para ter cabeça, que o Mourinho é difícil, mas que ele deveria enfrentá-lo. Para mim, o Mourinho gosta de bater de frente com os jogadores que são considerados estrelas nas equipas que dirige"

Júlio César lembrou outros episódios com o português, que considera ser um "técnico muito exigente". "Procura espremer o jogador ao máximo e se não fores forte, vais do céu ao inferno rapidamente. O meu primeiro ano foi ótimo, sensacional. Já o segundo foi mais complicado e confesso que entrava em algumas partidas com medo de errar. Aí pensei: ou o enfrento ou ele acabará comigo. Aí ele virou-se para mim num treino e disse-me 'és o melhor guarda-redes do mundo, mas hoje és um guarda-redes de Série C'. Tudo devido a uma falha que tinha tido numa partida diante da Fiorentina. Mas ele fazia isso para fazer com que o jogador se motivasse ainda mais. Uns aceitam outros não"

Houve também uma situação caricata a envolver uma camisola... amarela. "Houve uma altura em que ele queria que eu atuasse com uma camisola amarela, que não fazia parte das cores dos guarda-redes na temporada - que eram branco, preto e cinzo. Deu-me uma camisola amarela, que era a de treino, e eu disse que não jogaria de amarelo. Ele gozou comigo de todas as formas e disse-me que estava era com medo da bola. Resumindo... joguei mesmo de amarelo"