Luís Bernardo, diretor de comunicação do Benfica, reagiu às notícias que associam o gabinete de crise do clube, criado para responder ao caso dos emails, às denuncias anónimas que estão a marcar a atualidade do futebol português.
«Não admitimos nem aceitamos toda a suspeição em relação ao funcionamento do gabinete de crise. Se alguma autoridade ou fonte judicial tiver suspeitas em relação ao funcionamento do gabinete te crise, venha cá. Nós explicamos»
«Não admitimos essas suspeitas de que o gabinete de crise está por trás das denuncias anónimas. Os factos desmentem a história que quiseram contar», acrescentou, considerando «estranho» que «todas as denúncias contra o Benfica são credíveis» e que as outras que «não são contra ou defendem de alguma forma o Benfica já são suspeitas»: «Não conseguimos entender.»
Referiu ainda Luís Bernardo que «o que está verdadeiramente em causa» é o crime de roubo de correspondência privada do Benfica, divulgada num primeiro momento por Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, cometendo também ele «um crime» ao divulgar o teor desses emails: «Estas práticas de crime não levantam qualquer tipo de suspeição?»
«As evidencias são óbvias, só não vê quem não quer. Há um roubo (de correspondência), a quem interessava esse roubo? Aparece o diretor de comunicação do FC Porto como porta voz desse roubo. E depois, ao longo deste tempo, são blogs afetos a FC Porto e Sporting que divulgam essa correspondência. Isto é por acaso?»
«Acredito no trabalho da justiça e esperamos que se investigue tudo. O que assistimos é que todas as fugas de informação e violações do segredo de justiça são sempre contra o Benfica. O Benfica está tranquilo, mas é necessária uma investigação profunda a tudo isto porque este clima de suspeição é insuportável», sublinhou, antes de atirar um exemplo:
- Estamos tristes por este resultado com o Tondela (derrota 2-3, no sábado), mas esquecem-se quem levantou as suspeições sobre o resultado o Benfica na primeira volta em Tondela? É inadmissível este ambiente que foi criado em torno do futebol português. Quem começou isso? Esqueceram-se?
Insistiu que este clima de suspeição beneficia os rivais FC Porto e Sporting: «Tudo isto surge numa fase histórica em que Benfica acaba de ganhar o tetracampeonato, sendo o clube que está com maior solidez financeira. O FC Porto está intervencionado pela UEFA, o Sporting está até com dificuldades para pagar o empréstimo obrigacionista e numa análise rigorosa à sua contabilidade percebe-se que há ali o risco de insolvência. Precisam ganhar o próximo campeonato para salvar uma situação financeira caótica. Tudo isto levou a uma união de esforços (entre FC Porto e Sporting). Se não, é parece. E os factos vêm a demonstrar que existe uma relação.»
E pediu soluções: «É fundamental olhar para o futuro. Na próxima época - e a responsabilidade é de todos os clubes - é fundamental acabar com este ambiente de ódio no futebol; haver bom senso de todos os que intervêm nos diferentes programas; haver a noção de que é insuportável a forma como se está a destruir esta indústria. (…) O futebol português tem de mudar radicalmente e espero que no próximo ano haja um pouco de bom sendo. A Federação e outras entidades têm um papel fundamental para impôr determinadas regras que possam contribuir para a melhoria desse ambiente.»
