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«Sócios sentem-se donos do clube»



Domingos Soares de Oliveira participou, na passada semana, na conferência "Estrutura socioativa: da estratégia à implementação, gestão e prática", organizada pela ECA (Associação Europeia de Clubes), em parceria com o HNK Hajduk, e, esta quarta-feira, abordou a realidade do Benfica e do papel que os sócios nele desempenham.

"A conferência visava debater um modelo cada vez menos usual na Europa, que é o de clubes que ainda são detidos pelos sócios. A tendência é para haver cada vez mais acionistas privados. Este é o modelo regular em Inglaterra e também muito em voga em França, mas depois há situações específicas, como o caso de Portugal, Espanha (Real Madrid, Barcelona, Osasuna e o Atlético Bilbao), alguns clubes italianos e no resto da Europa. Este modelo é diferente do ponto de vista da gestão. O objetivo da ECA e do Hajduk Split, clube com o qual temos tido uma relação privilegiada, era promover o debate do modelo e partilha das várias experiências. O caso do Benfica é considerado diferente: continuando a ser detido pelos sócios, o clube, ao longo do século 21, criou um conjunto de subsidiárias, empresas detidas pelo Benfica, que permitem ter uma gestão mista"

E prosseguiu: "Se podem dificultar a gestão de uma SAD? Não. Tornam mais exigente a gestão de um clube e das diferentes empresas. Os sócios sentem-se, e com razão, donos do clube. Todos têm direito a uma explicação concreta, pedem-nos contas, avaliam-nos. É preciso comunicar mais, dar explicações. Nenhum sócio está à espera que o clube distribua dividendos; as preocupações são de outro tipo muito mais exigente. Os sócios são, por natureza, exigentes em todos os casos"