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«No Brasil, se não tivermos uma bola»



R - Como é que começou o seu gosto pelo futebol?

D – Foi desde muito pequeno. No Brasil, se não tivermos uma bola não temos o que jogar. É um país que não ajuda as pessoas que não são de uma classe mais elevada. Morava no interior e desde pequeno comecei a jogar. Entretanto, fui para o Goiás porque o clube ofereceu trabalho ao meu pai. Passo a passo cheguei a profissional.

R - Pode explicar-nos que tipo de trabalho o seu pai fazia no clube?


D – Eu morava numa cidade pequena, com mil habitantes [n.d.r.: Prata de Goiás]. A minha mulher até brinca com isso e diz que são 900 pessoas e 100 cachorros. Mas as pessoas do Goiás diziam ao meu pai para me levar lá para eu jogar, porque viam potencial em mim, e o meu pai deixou o interior e foi comigo para Goiânia. Tinha feito um teste e as pessoas não me queriam deixar sair. O meu pai não tinha condições e tinha de ir embora e, para isso não acontecer, ofereceram-lhe trabalho no clube. Sempre trabalhou em serviços gerais e lá ficou. Levámos a família e ficámos por lá.

R - É um clube especial para si, então...

D – Sim, sem dúvida. É um clube que amo de verdade e pelo qual tenho muito respeito. Quando estou de férias vou lá ver os meus amigos e continuo a levar o clube no coração.