«Dérbi passou a ter um interesse renovado para o 2º lugar, mas deixou de contar para o título»
Com a derrota do Benfica, sábado, António Figueiredo considera que a luta pelo título de campeão nacional ficou de vez arredada. O antigo dirigente aponta o dedo a algumas alterações no onze encarnado que diz "não compreender", sublinhando que assim o dérbi apenas relança o "interesse pelo 2.º lugar"
"A derrota foi uma surpresa e uma tristeza. Ao intervalo fiquei convencido que o Benfica ainda daria a volta ao jogo, mas com o decorrer da 2.ª parte vi que não íamos a lado nenhum. Até porque houve algumas mudanças na equipa, as quais não compreendo, que levou o Benfica a perder completamente o fio de jogo, o meio campo deixou de funcionar e as bolas não chegavam à frente"
"[Se Rui Vitória quis guardar algum jogador para o dérbi], se foi isso que ele fez, vai contra aquilo que sempre defendeu. Porque o dérbi [Sporting e Benfica defrontam-se em Alvalade na próxima semana] passou a ter um interesse renovado para o 2.º lugar, mas deixou de ter qualquer importância para a discussão do título, por que perdeu-se um jogo que não se podia perder. Com todo o respeito que tenho pelo Tondela, não faz sentido, ao estar a disputar um título, que se perca este jogo em casa. Temos o exemplo em Itália, a Juventus está a disputar o título e foi vencer a San Siro"
"O título está arredado. Não vejo qualquer hipóteses. Matematicamente é possível mas isso são conta pitagóricas. Penso que independentemente do que aconteça na Madeira [Marítimo-Fc porto disputa-se hoje às 18 horas], acho que não vai haver alteração. O FC Porto vai ser campeão. Já tinha essa opinião, na semana passada, a partir do momento em que o Benfica perdeu com o FC Porto. E embora na minha opinião também tenham sido cometidos alguns erros, o FC Porto foi feliz até pela ocasião em que marcou o golo, que não deu hipóteses de qualquer recuperação. Fé temos sempre, mas depois desse resultado, deixei de acreditar muito na possibilidade de o Benfica ganhar o quinto campeonato. O que não vejo qualquer problema: não podemos levar quatro anos a festejar e depois quando a coisa corre mal, a partir daí já está tudo em causa. Não é correto"