Foi criada uma estrutura com elementos da direção portista, da Justiça, da Comunicação Social e das forças policiais para descredibilizar na praça pública a marca do Clube, de acordo com a notícia publicada nesta terça-feira.
O FC Porto “montou uma rede com o intuito de destruir a hegemonia do Benfica” – a notícia, com chamada de primeira página, é difundida nesta terça-feira pelo jornal I. O artigo revela ainda a existência de uma “estrutura composta por dirigentes do FC Porto, elementos da Justiça, órgãos das forças policiais e meios de Comunicação Social” que visava descredibilizar a Marca Benfica junto de parceiros estratégicos.
O jornal I divulga o assunto com base numa denúncia anónima – para salvaguardar a integridade física dos autores e por medo de represálias – a que teve acesso, e que deu entrada no Ministério da Justiça, na Procuradoria-Geral da República, no DCIAP, na Polícia Judiciária, na Liga Portugal e na Federação Portuguesa de Futebol. A mesma revela “nomes de dirigentes portistas, magistrados, agentes da PJ e jornalistas”.
Segundo o difundido pelo jornal I, tudo começou há cerca de um ano, em abril de 2017, aquando da “compra da correspondência privada do SLB”. A partir daqui desencadeiam-se uma série de encontros entre elementos da estrutura do FC Porto e do Sporting, primeiro no Hotel Altis e depois no Hotel AC Porto Marriot (estes com periodicidade semanal) com o objetivo de “delinear a estratégia que visava descredibilizar o Benfica”. O mesmo artigo acrescenta que “as informações eram passadas a blogues afetos a portistas e sportinguistas” e reveladas em timings definidos pelas respetivas estruturas dos dois clubes rivais. O jornal I alega que na reunião realizada no Hotel Altis, em Lisboa, “ficou definido que fontes da estrutura dos dois clubes ficariam responsáveis por veicular informação dos e-mails para comentadores em programas de debate e para os jornais Expresso, O Jogo, Jornal de Notícias e Correio da Manhã, e ainda para a RTP e para a revista Sábado”.
Sobre esta acusação feita à estrutura montada pelo clube portista, a Procuradoria-Geral da República admitiu ter recebido “recentemente algumas denúncias, designadamente anónimas, relacionadas com o fenómeno desportivo e envolvendo vários clubes”. “O Ministério Público, sempre que tem conhecimento de factos suscetíveis de integrarem a prática de crimes, procede em conformidade, encaminhando-os para investigação”, adianta fonte da PGR contactada pelo I.
A denúncia anónima a que o jornal I teve acesso revela que o “FC Porto domina decisões na Justiça” e enumera oito casos com claro benefício para os portistas. Processo Fénix, absolvição de Pinto da Costa e Antero Henrique pelo Tribunal de Guimarães; Rafa, jogador emprestado pelos portistas ao Rio Ave, foi afastado do processo de alegada viciação de resultados por parte dos vila-condenses; e fugas de informação de processos judiciais como foram os casos dos e-mails e dos vouchers: estes são alguns dos casos expostos na carta.
Na denúncia enviada às diversas entidades sublinha-se que estes factos “podem ser facilmente confirmados através do arquivamento do caso Fénix e do chumbo da providencia cautelar do Benfica sobre a divulgação dos e-mails”.
Na carta a que o I teve acesso pode ler-se que “toda a gente no Porto sabe quem são os representantes da Justiça que costumam frequentar os camarotes do Estádio do Dragão, pertencem aos seus órgãos sociais e têm um longo historial de decisões que ultrapassam qualquer lógica sempre que está em causa os interesses de Pinto da Costa e dos dirigentes do FCP”.
Texto: Marco Rebelo
via: slbenfica