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«Não contámos com os milhões da champions no orçamento»



Domingos Soares de Oliveira, CEO do Grupo Benfica, insistiu, ontem, na importância da qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões para as finanças dos encarnados, mas revelou que, por tratar-se, esta época, de um valor substancialmente maior do que nas últimas temporadas, não inscreveu os milhões de prémio de participação no orçamento da época.

Numa mesa redonda sobre financiamento de clubes, na World Football Summit, em Madrid, o dirigente falou sobre o assunto, depois de outros oradores terem debatido os desafios financeiros dos clubes que correm o risco de despromoção. «Não prevemos qualquer problema em termos de descida de divisão», começou por dizer, para acrescentar que, no caso do Benfica, «há uma grande diferença entre estar ou não na fase de grupos da Champions». «Para o Benfica é de €42 milhões. Quando preparámos o orçamento para este ano não contámos com a entrada na Champions, porque o valor é muito grande para um clube como o nosso. Não podíamos depender disso para apresentar resultados [financeiros]. O facto de estarmos na Champions dá-nos um bónus. Previmos tudo sem a entrada na Champions»

Soares de Oliveira argumentou que as receitas das transferências são importantes e fazem parte da estratégia porque os proveitos dos patrocínios, bilheteira ou direitos de transmissão televisivos «são limitadas ao mercado português». Revelou que o «lançamento das operações do clube no estrangeiro» deverá proporcionar nova fonte de receitas.

O dirigente assinala que os resultados da aposta na formação «são muito bons», mas acrescenta que, ao mesmo tempo, o Benfica continuará a contratar jogadores estrangeiros para «fazê-los crescer e colocá-los no mercado» para daí tirar proveitos financeiros.

O sucesso, no entender de Soares de Oliveira, «é uma combinação de coisas», sendo o «scouting» a mais importante. «Não quando têm 24 ou 25 anos, mas quando têm 12, 13 ou 15. Depois a qualidade dos treinadores, a possibilidade de os atletas jogarem ao nível mais exigente. Temos uma equipa B na II Divisão, podem jogar no estrangeiro, numa equipa pequena em Portugal ou na equipa principal. Ontem [anteontem] ganhámos um jogo e o primeiro golo foi marcado por um jovem de 18 anos que há dois ninguém conhecia e jogava na nossa academia. Há uma estratégia abrangente e temos de apresentar resultados»