Tem 40 anos, agora treina guarda-redes em vez de ser treinado, mas ainda é capaz de subir à barra da baliza norte do Estádio da Luz, onde festejou os títulos de campeão do Benfica. Na primeira entrevista desde que arrumou as luvas, Paulo Lopes passa em revista a carreira e lembra o dia 23 de maio de 2015, quando o Benfica festejava título em casa com o Marítimo, mas Jorge Jesus não lhe concedeu a consagração.
Por causa disso, chorou no banco dos suplentes. «Não fica nos registos que fui campeão, mas levantei-me todos os dias da cama como os meus colegas para trabalhar, fiz tudo exatamente como eles, tudo! Só não fui opção por decisão do treinador. Mas fiz tudo, exatamente, como quem ganhou o título. É um momento que me custa, pelo que fiz é algo que merecia. Não é puxar para o meu lado, mas merecia. A vida é assim, não deu, deu no ano a seguir. Foi opção dele, concordando ou não concordando, que posso eu fazer? Não dá para voltar atrás. Foi uma decisão que tomou, se fosse eu não a tomava. Mas não somos todos iguais. Passou», disse Paulo Lopes, em entrevista que pode ler esta terça-feira em A BOLA.
