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«Não é por a caso que Jorge Jesus foi contratado pelo Sporting»



Luís Bernardo, diretor de comunicação do Benfica, já reagiu à notícia, veiculada pelo semanário `Expresso´, segundo a qual o Ministério Público e a Polícia Judiciária terão juntado num processo único o caso dos vouchers, o caso dos emails e a alegada compra de jogos numa única investigação.

«De novo não tem nada, isto é, nada que não tenha já sido noticiado por outros órgãos de Comunicação Social. (…) O caso dos vouchers já foi arquivado em diferentes entidades: na Comissão de Instrutores da Liga, no Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, no Tribunal Arbitral do Desporto e pelo Comité Disciplinar da UEFA. (…) Apesar de ainda não termos sido contactados por parte da Polícia Judiciária em relação a este assunto, é natural que possam ter concentrado este processo e este caso noutro que esteja a decorrer», afirmou o diretor dos encarnados, em declarações à BTV, detendo-se no caso dos emails:

«O Benfica está perfeitamente tranquilo. Não há nenhuma instituição neste País que tenha visto toda a sua correspondência privada na praça pública. E a verdade é que até hoje não há um facto sobre o qual se possa dizer que existe uma relação de causa-efeito no que respeita a qualquer tipo de interferência que tenha acontecido e que tenha resultado numa qualquer alteração de um resultado. O que é grave, e ainda esta semana o pudemos constatar, é ver na praça pública o boletim clínico de atletas, que é a informação mais privada e confidencial que deve existir para qualquer cidadão. O que assistimos é a uma total inércia do Ministério Público e isso é inconcebível.»

«O Benfica está tranquilo em relação aos emails, quer que a justiça faça o seu trabalho de forma criteriosa, com serenidade, mas também com a necessária celeridade»

«A investigação sobre alegada manipulação de jogos que se sabe que existe tem a ver com o Feirense-Rio Ave. E estavam cinco jogadores indiciados. De repente passaram a quatro. A seu tempo também se saberá porque é que o quinto jogador, que é um empréstimo de um dos nossos rivais, desapareceu do processo. Vou-me cingir àquilo que veio a público: dos quatro jogadores que diziam que o Benfica teria eventualmente tentado subornar, veio-se a saber que um nem estava em Portugal, jogava no estrangeiro, e outro nem atuou nessa partida. Quanto aos outros dois, o guarda-redes Cássio e o defesa-central Marcelo, basta consultar toda a Comunicação Social da altura para se constatar que até foram dos melhores em campo. Portanto vale o que vale. Inclusive dizem que é uma denúncia não confirmada. Em relação a essa situação, o Benfica nunca foi contactado.»

«Os dois principais responsáveis de estruturas ligadas ao futebol são o presidente da Liga, que curiosamente foi eleito com votos do FC Porto e do Sporting e com os votos contra do Benfica. Se o Benfica tivesse esse controlo e esse poder, o presidente da Liga até seria uma pessoa escolhida pelo Benfica; não foi! Segundo facto: o atual presidente da Federação Portuguesa de Futebol, que, diga-se de passagem, está a fazer um extraordinário trabalho reconhecido por todos, é um ex-dirigente do FC Porto. É ele que escolhe os elementos do Conselho de Arbitragem e do Conselho de Disciplina. Como é que uma coisa joga com a outra? Quem tem um poder de controlo naquilo que é mais evidente teria toda a capacidade e preocupação de pôr nos principais locais dos organismos do futebol português pessoas que estivessem ligadas ao Benfica. Logo por aí a tese perde todo o seu efeito»

«O Benfica tem ganhado mais porque tem mais e melhores projetos; porque houve um trabalho de infraestruturas que é notável e único em Portugal; porque tem melhores treinadores. Não é por acaso que ainda há dois anos um dos treinadores que contribuíram para o tetra, o Jorge Jesus, foi contratado pelo Sporting, que quase sentiu essa contratação como uma conquista de um campeonato, naturalmente pela qualidade que reconhecia ao seu trabalho»

«Os benfiquistas nada têm a temer. Estamos dispostos para dar todos os esclarecimentos no local adequado. Temos tido a preocupação de uma certa sobriedade, de evitar entrar neste foguetório. Estamos muito tranquilos nesse sentido, mas há sinais preocupantes.»